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Nosso terceiro dia de caminhada no Circuito W no Parque Nacional Torres del Paine começou cedo, muito cedo. Eu estava morrendo de vontade de ver os primeiros raios de sol batendo nos Cuernos e acordei antes do horário do sol nascer. Faltou apenas combinar com um pequeno (ou não) bloco de nuvens que estava na frente e acabei não vendo o espetáculo do amanhecer. Mas tudo bem, faz parte da interação com a natureza e ainda havia um longo e promissor dia pela frente. Depois de ver as Torres del Paine e chegar a Los Cuernos era o dia de caminhar do Refúgio Los Cuernos até o Campamento Italiano, depois subir o vale do Rio Francês até o glaciar de mesmo nome, esticar até o Mirador Britânico se tivéssemos tempo, descer o vale do rio de volta até o campamento e então tomar o caminho para o Lodge Paine Grande. A distância a caminhar no dia? Cerca de 21 quilômetros subindo até o Glaciar Francês ou 25 se fosse até o Mirador Britânico.

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Glaciar francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Glaciar francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista do Mirador Britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista do Mirador Britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Como estava encoberto e não pude ver o sol nascer acabei voltando para o quarto porque ainda dava para dormir mais um pouco. Qualquer minuto de descanso tinha que ser aproveitado. Quando acordamos, arrumamos as mochilas rapidamente e fomos tomar café da manhã para partir. O tempo estava muito fechado e não dava nem pra ver os Cuernos, que estavam parcialmente cobertos. Uma chuva fina nos fez sair do refúgio já com as capas protetoras de chuva.

Los Cuernos parcialmente cobertos por nuvens no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Los Cuernos parcialmente cobertos por nuvens no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

O primeiro trecho de caminhada foi do refúgio até o Campamento Italiano e tem no total 5,5 quilômetros. É uma caminhada tranquila com trilhe fechada e poucas subidas. O tempo fechado colaborou para que não cansássemos muito. Ao lado esquerdo nos acompanhou o belíssimo Lago Nordenskjold e foi aqui que mais nos aproximamos dele chegando até sua margem. Uma maravilha!

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Lago Nordenskjold no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Além do lago muitos notros (aquelas flores vermelhas), cachoeiras e riachos ajudavam a compor a paisagem. A vontade era de parar a todo instante para tirar fotos mas o dia de caminhada seria longo.

Nerds e mangos cruzando belo riacho no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Nerds e mangos cruzando belo riacho no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Notros e cachoeira na trilha para o Campamento Italiano no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Notros e cachoeira na trilha para o Campamento Italiano no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Um pouco antes de chegar no Campamento Italiano nós encontramos pela primeira vez o Rio Francês e começamos a subir ao lado dele para fazer a perna do meio do W. Em cerca de meia hora nós chegamos no campamento onde há uma cabine de guardaparques e a área para camping. As mochilas podem ser deixadas enconstadas do lado de fora da cabine e no início isso nos deixou um pouco desconfiados. Mas resolvemos confiar e arrumamos um lugar na já quase lotada “backpacking parking area” até porque não tínhamos nada de valor nas mochilas e subir o vale com elas nas costas não ia ser uma boa ideia.

Encontro com Rio Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Encontro com Rio Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Guardaparques e mochilas no Campamento Italiano no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Guardaparques e mochilas no Campamento Italiano no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

No campamento além dos espaços para as barracas há uma pequena área coberta para lanches e alguns banheiros químicos (“Its a hell”, segundo uma turista estrangeira). Nós acabamos não usando. 🙂
Comemos por ali mesmo metade de nosso sanduíche do box lunch e começamos a subir rumo ao mirador do Glaciar Francês. É pouco mais de 2 quilômetros mas é só subida, estava molhado e tem muitas pedras. Subimos devagar para não cansar e nem correr risco de machucar. Mesmo quando estávamos ainda subindo já podia ver parte do glaciar e um cachoeira do lado direito também ajudava a compor a bela paisagem.

Cachoeira na trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Cachoeira na trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Muitas pedras na trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Muitas pedras na trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Início da trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Início da trilha até o mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

No caminho encontramos algumas pessoas e perguntamos se eles tinham ido até o Mirador Britânico. A maioria falava que não porque o tempo estava fechado e não valia a pena. Continuamos então subindo até o mirador do Glaciar Francês para lá decidir se continuávamos ou não.

Pedaço da trilha perto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia ChilenaPedaço da trilha perto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia ChilenaPedaço da trilha perto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Pedaço da trilha perto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Quando chegamos ao mirante do glaciar francês caía uma chuva fina que não incomodava mas molhava a câmera quando eu tentava tirar fotos. Depois de algumas tentativas e limpeza de lente eu consegui tirar algumas fotos. A vista é muito bonita e aproveitamos para descansar e beber água. Chegar ao mirante deu uma sensação de primeiro dever do dia cumprido.

Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

A vista é muito bonita e não inclui apenas o Glaciar Francês. Olhando para baixo em direção ao vale do rio por onde viemos caminhando dá pra ver o agora distante Lago Nordenskjold e a paisagem que o cerca. Na direção oposta ao glacier há os Cuernos, agora vistos de outro ângulo. E subindo o vale do rio uma amostra do que nos esperaria no mirador britânico.

Lago Nordenksjold visto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Lago Nordenksjold visto do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Los Cuernos vistos do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Los Cuernos vistos do mirador do Glaciar Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vista em direção ao mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vista em direção ao mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Quando os mangos chegaram nós discutimos a respeito de continuar ou não. Resolvemos que Lillian ficaria com Rosana no mirador enquanto eu e Jodrian faríamos uma esticada rápida até o Mirador Britânico. E assim partimos em um ritmo muito mais alto que estávamos seguindo antes. O caminho até o mirador é tranquilo e levemente inclinado (subida na ida e descida na volta).

Apesar de precisarmos ir rápido eu parei algumas vezes para tirar fotos dos belos cenários que encontramos. Logo no início passamos ao lado do Rio Francês e a combinação com o glaciar e as montanhas estava deslumbrante. Mais uma vez (e isso foi uma constante no Circuito W) eu fiquei com muita vontade de voltar com mais tempo para não apenas fazer o trekking mas também poder tirar fotos com tranquilidade.

Rio Francês no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Rio Francês no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Rio Francês e Glaciar de mesmo nome no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Rio Francês e Glaciar de mesmo nome no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

A maior parte deste trecho é embaixo de um bosque de lengas, com exceção de um pequeno descampado cheio de pedras. Não sabíamos como identificar visualmente o ponto onde era o mirador, o que aumentou a expectativa pela chegada. E como não há indicação de distância ficava difícil saber quanto tempo demoraríamos.

Trecho mais aberto no caminho até o mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Trecho mais aberto no caminho até o mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Trecho mais aberto no caminho até o mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Trecho mais aberto no caminho até o mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Após uma pequena subida um pouco mais forte enfim chegamos ao Mirador Britânico, que trata-se de uma grande pedra que se destaca no meio de um bosque e de onde se tem uma fantástica vista panorâmica das montanhas ao redor e também do Rio Francês que já parecia pequeno pela distância.

Rio Francês e montanhas vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Rio Francês e montanhas vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Rio Francês e montanhas vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Rio Francês e montanhas vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

A localização do mirador é privilegiada pois é ele é cercado de montanhas por quase todos os lados. Apenas na direção da trilha ao longo do vale do rio é mais aberto.

La Aleta del Tiburon, montanha no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

La Aleta del Tiburon, montanha no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Los Cuernos vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Los Cuernos vistos do mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Vale do Rio Francês por onde vai a trilha para o mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Vale do Rio Francês por onde vai a trilha para o mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Montanhas vistas do mirador britânico no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Montanhas vistas do mirador britânico no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Não pudemos ficar muito mais tempo por lá porque ainda tínhamos que descer até o Campamento Italiano e de lá caminhar até o Paine Grande Lodge. Pegamos então a trilha de volta até o mirador do Glaciar Francês para encontrar Lillian e Rosana e de lá descemos também sem muitas paradas até o Campamento. Pegamos nossas mochilas, comemos a outra metade do sanduíche do box lunch e começamos trecho até o lodge.

Apesar de o nível de dificuldade não ser grande, o trecho de aproximadamente 7,5 quilômetros do Campamento Italiano até o lodge foi uma das piores pra mim porque eu já tinha andado muito no dia (com direito a subir muitas pedras) e também por causa do cansaço acumulado dos dois dias anteriores. Meu pé e joelho estavam muito doloridos e como eu tive um princípio de torção do pé direito na descida do vale francês eu acabei mantendo um ritmo mais leve e tomando mais cuidado.

A trilha, como sempre, era muito bonita. Era mais fechada no início mas depois foi se abrindo. Eu parava muito para olhar pra trás e ver os Cuernos por outro ângulo, já que a cada passo eles ficavam mais longe. Eles são bonitos por todos os ângulos.

Trilha para o Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Trilha para o Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Los Cuernos e a trilha para o Lodge Paine Grande no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Los Cuernos e a trilha para o Lodge Paine Grande no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Trilha para Paine Grande Lodge com Los Cuernos ao fundo no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Trilha para Paine Grande Lodge com Los Cuernos ao fundo no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Aos poucos os Cuernos vão ficando mais distantes mas aparece o Cumbre Bariloche, menos famoso mas também bonito.

Cumbre Bariloche e Los Cuernos no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Cumbre Bariloche e Los Cuernos no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Cumbre Bariloche no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Cumbre Bariloche no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

No meio de tanto beleza, a parte triste. Vimos pela primeira vez as ainda muito fortes marcas deixadas pelo incêndio que ocorreu no parque em Janeiro de 2012, causado por um turista israelense e que deixou um grande estrago. Realmente todo cuidado é pouco em lugar como este e todos devem prestar muita atenção no video educativo que passa na entrada do parque.

Marcas fortes do incêndio de janeiro de 2012 em meio ao belo cenário no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Marcas fortes do incêndio de janeiro de 2012 em meio ao belo cenário no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Marcas fortes deixadas pelo incêndio de janeiro de 2012 no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Marcas fortes deixadas pelo incêndio de janeiro de 2012 no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Quando eu já estava começando a duvidar da existência do “tal” Paine Grande Lodge enfim o avistamos bem ao lado do Lago Pehoe. Não sabia se eu me empolgava mais com a paisagem ou com a proximidade do lodge. Já estávamos muito cansados depois de caminhar tanto e foi muito bom chegar pra descansar. 🙂

Lago Pehoe e Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Lago Pehoe e Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Chegando no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Chegando no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Dos quatros lugares que ficamos hospedados dentro do parque este foi o com melhor estrutura. Apesar de pequeno, nosso quarto não era compartilhado e tinha uma beliche e um espaço pequeno para transitar e deixar as mochilas. Tinha aquecedor disponível (não conseguimos fazer o nosso funcionar direito) e não há locker.

E de acordo com o site do lodge ele tem lugar para 100 pessoas divididas em 22 quartos com 2 ou 3 beliches cada, mas o nosso só tinha uma. Acho que demos sorte.

Ao contrário dos três anteriores, este alojamento não é gerenciado pela Fantastico Sur e sim pela Vertice Patagonia. Ele é incluído no programa de 5 dias da Fantastico Sur, mas não tem o pisco sour de cortesia. Sim, sentimos falta. 🙂

E pra quem já sentia falta da internet há alguns computadores. É pago, mas não lembro o preço.

Quarto no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Quarto no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Nosso quarto no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Nosso quarto no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

O restaurante é espaçoso e para o jantar tivemos uma massa muito boa com salada. Tomamos um vinho para celebrar o dia cansativo e fomos dormir em seguida porque no dia seguinte iríamos fazer a última perna do W para completar o circuito.

Jantar no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine - Patagônia Chilena

Jantar no Paine Grande Lodge no parque Torres del Paine – Patagônia Chilena

Este passeio foi realizado com o apoio da Fantástico Sur.

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