Parque Estadual do Rio Preto – O Que Fazer?

Há muito o que fazer no Parque Estadual do Rio Preto. O parque está localizado em São Gonçalo do Rio Preto próximo a Diamantina, em Minas Gerais, possui belas trilhas que conduzem o visitante a piscinas naturais para banho, cachoeiras e vários mirantes. No caminho, além das paisagens típicas da Serra do Espinhaço, é possível ter contato com diversos elementos da flora e fauna do parque. Para quem quer apenas descansar e não se esforçar muito, há vários poços para banho de acesso relativamente fácil onde podemos nos refrescar em meio à natureza preservada.

Pequenas quedas no final da Trilha das Corredeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Nos três dias que ficamos no parque nós tivemos a oportunidade de visitar a maioria das atrações que citamos aqui e ficamos com muita vontade de voltar para visitar as outras.

Trilhas

As principais trilhas são a do Cerrado, das Cachoeiras e das Corredeiras. Elas levam às principais atrações do parque, como as cachoeiras, as corredeiras, os mirantes e vários poços para banho. Nós fizemos cada uma das trilhas em um dia e vamos falar sobre elas em posts futuros.

A Trilha do Cerrado começa perto da ponte do Córrego das Boleiras, que fica um pouco antes do Centro de Visitantes para quem está chegando ao parque. O ponto final é o Vau das Éguas e o percurso tem aproximadamente 9 quilômetros (ida e volta) praticamente paralelo ao Rio Preto. Há alguns pontos onde podemos desviar da trilha e chegar no rio, como o Poço do Veado, o Rio Lento e o Vau Bravo, além do Vau das Éguas que já é no final. Não é necessário acompanhamento de guia e o nível de dificuldade é médio.

Trecho do Rio Preto no Vau Bravo, uma das atrações da Trilha do Cerrado no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Cachoeira do Vau das Éguas na Trilha do Cerrado no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

A Trilha das Cachoeiras, como o próprio nome diz, tem como destaque as cachoeiras do Crioulo e da Sempre-Viva, sem dúvida alguma duas das mais lindas atrações do parque. Além das cachoeiras, ainda passamos pelos mirantes do Monjolo, da Pedra e do Lajeado, com amplas vistas das montanhas e também do Córrego das Éguas, onde estão as duas cachoeiras. No próprio córrego, no trecho entre as duas cachoeiras, há o Poço do Ernesto, com maravilhosos reflexos das rochas presentes por lá. Há bons pontos para banho, como o enorme poço da Cachoeira do Crioulo, a Forquilha e o poço perto da Cachoeira da Sempre-Viva. A trilha passando pelas duas cachoeiras tem aproximadamente 13 quilômetros e deve ser feita com acompanhamento de um guia do parque. Há três saídas diárias a partir  do restaurante do parque, às 09:00, 10:00 e 11:00 horas. O nível de dificuldade é alto.

Cachoeira do Crioulo na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Poço do Ernesto na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

A Trilha das Corredeiras vai até as corredeiras do Rio Preto, em um percurso de aproximadamente 10 quilômetros ida e volta. Deve ser feito com acompanhamento de um guia do parque e há saídas diárias às 10 da manhã, também do restaurante do parque. A atração principal é uma rampa de uns 150 metros onde o rio desce o caminho de pedras com tons de cor que variam de branco, rosa ou laranja. Nesta trilha temos a oportunidade de caminhar no meio do cerrado e passamos por alguns pontos para banho, como o Poço de Areia e os poços que ficam embaixo das corredeiras. No meio do caminho há ainda a Cachoeira Vargem Grande. O nível de dificuldade da trilha é alto.

Corredeiras do Rio Preto na Trilha das Corredeiras – Parque Estadual do Rio Preto

Corredeiras do Rio Preto na Trilha das Corredeiras – Parque Estadual do Rio Preto

Uma coisa interessante a respeito das trilhas é que para quem não quer se esforçar muito e ir até o final é possível fazer apenas alguns pedaços. É possível, por exemplo, fazer o caminho individualmente até os seguintes pontos de interesse, com distâncias apenas de ida relativas ao restaurante do parque:

• Cachoeira do Crioulo: 6,5 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras e é obrigatório acompanhamento de condutor do parque
• Cachoeira da Sempre-Viva: 4,5 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras e é obrigatório acompanhamento de condutor do parque
• Mirante do Monjolo: 2,6 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras mas se for apenas até o mirante não precisa de acompanhamento de condutor do parque
• Mirante da Pedra: 2,8 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras mas se for apenas até o mirante não precisa de acompanhamento de condutor do parque
• Mirante do Lajeado: 3,4 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras mas se for apenas até o mirante não precisa de acompanhamento de condutor do parque
• Forquilha: 2,2 quilômetros. Faz parte da Trilha das Cachoeiras mas se for apenas até a Forquilha não precisa de acompanhamento de condutor do parque
• Poço de Areia: 2 quilômetros. Faz parte da Trilha das Corredeiras mas se for apenas até o poço não precisa de acompanhamento de condutor do parque

O nível de dificuldade que colocamos aqui em cada atração é o que está na descrição do guia do parque.

Para os mais aventureiros, há também a opção de fazer um trekking de três dias saindo do Parque Estadual do Rio Preto e chegando no Parque Estadual Pico do Itambé. Nós ficamos com muita vontade de fazê-lo no futuro.

Cachoeiras

As cachoeiras mais bonitas e famosas são as do Crioulo e da Sempre-Viva, que são alcançadas pela Trilha das Cachoeiras. Elas ficam no Córrego das Éguas, que mais adiante se junta ao Rio Preto em um lugar chamado Forquilha. A Cachoeira do Crioulo tem 30 metros de altura e um enorme poço para banho, que é uma boa recompensa para os quase 7 quilômetros de trilha até ela. Na Cachoeira da Sempre-Viva após a queda de cerca de 15 metros de altura a água escorre por um caminho de pedras até o poço um pouco mais abaixo e tanto a queda quanto poço são bons para refrescar. No caminho entre as duas há o Poço do Ernesto, um lugar onde as águas do córrego ficam tão calmas que o reflexo das pedras na superfície fica quase perfeito.

Cachoeira da Sempre-Viva na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

No meio da Trilha das Corredeiras há a Cachoeira Vargem Grande, pequena mas também muito boa para banho. No final da trilha as próprias corredeiras em si são muito interessantes, pois ficam em um lugar onde o Rio Preto desce uma rampa de pedra de uns 150 metros até cair em um poço excelente para banho. Lá no alto, antes de começar a descer a rampa, ainda há algumas pequenas quedas no rio. Várias são as opções para banho por lá.

Cachoeira Vargem Grande na Trilha das Corredeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Outra cachoeira interessante é a do Vau das Éguas, no final da Trilha do Cerrado, que é uma boa opção para se refrescar após percorrer a trilha. Na mesma trilha ainda há o Vau Doido, um lugar onde o Rio Preto passa por um piso de pedras que formam um bonito caminho e muitas quedas pequenas.

Mirantes

No Parque Estadual do Rio Preto há vários mirantes de onde podemos contemplar as lindas vistas das montanhas, rios, córregos e afloramentos rochosos que o tornam tão bonito.

Os mirantes do Monjolo, da Pedra e do Lajeado fazem parte da Trilha das Cachoeiras e neles temos a oportunidade de ver amplas paisagens incluindo o Córrego das Éguas (com suas piscinas naturais e lajeados) e várias formações como o Morro do Alecrim, Pico Dois Irmãos, além das serras da Pedra Menina e do Jambreiro.

Vista do Mirante da Pedra, na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

No caminho da portaria até a sede do parque fica o Mirante da Estrada Real (cerca de 2 quilômetros da sede). Ele fica ao lado da estrada e é fácil notar por causa do totem da Estrada Real. A vista é muito bonita e podemos ver trechos do Rio Preto, além do Pico dos Dois Irmãos ao fundo.

Mirante da Estrada Real com Pico dos Dois Irmãos ao fundo no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Há ainda o Mirante da Lapa, também ao lado da estrada que dá acesso ao parque, mas nós acabamos não parando nele.

Poços para banho

Depois de caminhar bastante pelas trilhas do parque nada melhor que um bom banho, certo? E ele não te deixa na mão pois são várias as opções.

Na Trilha do Cerrado nós paramos para refrescar no enorme Poço do Veado, o primeiro dos desvios possíveis até o Rio Preto, mas há outros lugares como o Rio Lento, o poço do Vau Bravo e o poço da Cachoeira do Vau das Éguas.

Poço do Veado na Trilha do Cerrado no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Na Trilha das Cachoeiras o problema é resistir à tentação de não entrar em todos os lugares possíveis. 🙂 O poço da Cachoeira do Crioulo foi o que eu mais gostei, com a cachoeira ao fundo e um paredão de pedras ao lado. Na Cachoeira da Sempre-Viva dá pra tomar uma massagem relaxante ficando embaixo da própria queda ou entrar no poço que tem logo abaixo. Entre as duas há lajeados onde simplesmente dá vontade de deitar nas pedras e deixar a água passar por cima. E no encontro do Córrego das Éguas com o Rio Preto há a Forquilha, uma enorme piscina natural. Opção não falta. Eu acho que para aproveitar melhor esta trilha o melhor a fazer é sair com o guia que sai às 09:00 da manhã para ter mais tempo.

Lajeado no curso do Córrego das Éguas, na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Na Trilha para as Corredeiras está o Poço de Areia, um dos que eu mais gostei. Ele afunda muito rápido mas tem pedras embaixo da água onde podemos ficar sentados ou de pé. A mata do outro lado do Rio e a quantidade de areia na margem fazem a paisagem ficar muito bonita.

Poço de Areia no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Um dos pontos para banho mais famosos e de mais fácil acesso é a Prainha, que fica há 200 metros da área de camping e 500 metros do restaurante. Por questão de tempo nós apenas passamos para tirar foto e não entramos na água. Quando a gente voltar nós iremos experimentar!

Poço da Prainha, próximo à área de camping no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Pinturas rupestres

Há no parque também um roteiro para ver pinturas rupestres, que infelizmente nós não tivemos tempo de ver pois estávamos focados nas trilhas. Os pontos de visita são a Lapa das Piabas (precisa de acompanhamento de guia do parque), Lapa do Tatu, Lapa do Tropeiro e Moinho de Fubá. No Poço do Veado também há uma pintura rupestre que lembra um veado e por isso deu o nome ao poço.

Fauna e Flora

A vegetação do parque é típica do cerrado, com variações desde campos mais limpos até matas mais densas com suas árvores retorcidas e de casca grossa. Ao passear por lá preste muita atenção nas flores e plantas pelo caminho. Nos nossos três dias de trilha vimos várias espécies diferentes de flores e assim como em muitos lugares da Serra do Espinhaço há exemplares de Sempre-Viva e Canela de Ema.

Trecho de cerrado na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Sempre-Viva na Trilha das Cachoeiras no Parque Estadual do Rio Preto – Minas Gerais

Muitas espécies de animais também habitam a região e com uma boa dose de sorte é possível ver alguns deles nas trilhas. Nós vimos apenas aves(muitas delas), mas por lá podem ser vistos alguns mamíferos, como bugio, lobo-guará, lontra, muriqui, gato-do-mato, caititu, tamanduá-bandeira e até tatu-canastra, onças (pintada e suçuarana), anta e veado-campeiro.

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• Blogueiros Por Minas – Parque Estadual do Rio Preto
• Parque Estadual do Rio Preto – Como Planejar sua Viagem

Este post faz parte da ação Blogueiros Por Minas no Parque Estadual do Rio Preto. Agradecemos o apoio da Secretaria de Turismo, IEF (Parque Estadual do Rio Preto e Parque Estadual do Biribiri) e Circuito dos Diamantes.