Papel de Parede – Fevereiro/2017 »
Um dos passeios mais esperados por nós no Atacama foi o Salar de Tara, que fica localizado próximo à tríplice fronteira do Chile com Bolívia e Argentina. É seguramente um dos lugares mais bonitos da região mas que também demanda mais cuidado, já que em determinados pontos chegamos a 4900 metros de altitude e é seco como em outras áreas do Atacama. Assim como o passeio dos Geisers del Tatio nós deixamos para fazer este após outros mais tranquilos e com menor altitude para ajudar na aclimatação e achamos que o resultado foi bom, já que não tivemos nenhum problema além do desconforto básico. Fizemos este passeio (e os demais) com a agência Ayllu Atacama. O guia nos pegou na nossa pousada às 9:15 e retornamos por volta das 16:30.
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Llamas e o Vulcão Licancabur
A região fica a leste de San Pedro de Atacama, saindo pela Ruta 23 em direção à fronteira com a Argentina. É a mesma saída para quem vai cruzar a fronteira com a Bolívia para visitar o Salar de Uyuni. No início uma longa subida que aos poucos vai se aproximando do vulcão Licancabur, que fica à nossa esquerda na ida. Um grupo de lhamas na beira da estrada fez a nossa alegria. Por mais que a gente veja muito esses animais por lá sempre dá vontade de olhar mais um pouco e tirar algumas fotos. Uma delas até fez pose estilosa e olhou para o lado enquanto tiramos a foto 😛 São ou não são modelos maravilhosas?
Um pouco antes da fronteira com a Bolívia nós entramos à esquerda para nossa primeira parada. Um mirante de onde se tem uma linda vista do vulcão Licancabur e pela manhã ele estava iluminado de frente. Ele pode ser visto de vários lugares no Atacama. Este foi o ponto que mais gostei, por estar tão perto e porque dava para ver na mesma cena ele e o Vulcão Juriques. Já estávamos a cerca de 40 quilômetros de San Pedro e a altitude tinha aumentado dos 2400 metros (na cidade) para mais de 4000, então já sentimos um pouco de frio.
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Caminho para o Salar de Tara
Aos poucos a subida vai perdendo força, o caminho fica praticamente plano mas as paisagens continuam tão lindas quanto. O Atacama impressiona nesse quesito. O caminho em si já é muito interessante com as cores do altiplano. Em um ponto da estrada nosso motorista e guia nos mandou olhar para a direita para ver ao longe parte das instalações do projeto ALMA, observatório astronômico. Segundo ele é o único lugar da estrada de onde elas podem ser vistas. Infelizmente eu não tinha uma lente com zoom suficiente, mas acredite, são aqueles pequenos pontos brancos na linha do horizonte no lado esquerdo da foto abaixo.
No meio da estrada fizemos mais uma parada em uma área alagada com muitos patos e montanhas ao fundo. Além da linda paisagem podemos observar várias espécies diferentes de aves que habitam a região.
Monje de La Pacana
Parar chegar ao Salar de Tara nós tivemos que sair da estrada e entrar na área da Reserva Nacional de Los Flamencos. Encontramos um monte de pedras de origem vulcânicas espalhadas em meio à paisagem seca. Segundo nosso guia elas foram jogadas por um vulcão boliviano em erupção localizado a cerca de 80 quilômetros dali. É decisão sua acreditar ou não, de qualquer forma é muito bonito e vale a pena caminhar no meio delas. 🙂 As pedras ficam espalhadas em uma área grande, para ver todas teria que entrar e sair do carro várias vezes.
O guia nos deixou perto de uma delas e nos recomendou a caminhada até a famosa pedra conhecida como Monje de La Pacana, também chamada de Pedra do Índio. Uma caminhada curta mas que pela altitude e clima seco nós fizemos bem devagar para não correr riscos de passar mal tão longe da cidade. E obviamente para não estragar um dos mais esperados passeios. Veja na foto abaixo como a nerd fica pequeninha perto dela. Incrível!
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Mirador do Salar de Tara
Deixamos as pedras para trás e seguimos por um trecho onde na verdade não há estrada e sim um emaranhado de trilhas. Cada carro de agência faz o seu caminho. A parada seguinte foi em um mirante 360º de onde é possível ver as catedrais e o Salar de Tara. A vista é fantástica, para todo lado que eu olhava a paisagem era bonita e com diferentes formações. O Atacama não cansa de nos impressionar!
Monjes Blancos
Uma descida lateral nos levou até os monjes blancos, um aglomerado de pedras brancas e amarelas com formato também muito interessante. Paramos para fotografar e ver um pouco mais de perto antes de seguir adiante.
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Caminhando no Salar de Tara
Seguindo adiante, nosso guia parou próximo às catedrais, formações rochosas que lembram as paredes de uma fortaleza, para que nós fôssemos caminhando até o ponto de apoio onde é preparado o almoço. Esta era sempre a parte que eu mais gostava nos passeios do Atacama, poder descer e caminhar no meio daquelas paisagens tão diferentes foi muito legal. No início caminhamos perto das paredes de pedra, sempre com ritmo lento por causa da altitude e do clima seco.
Quando chegamos nosso almoço já estava preparado, um delicioso frango com purê de batatas. Um ingrediente incomparável foi a vista do almoço, como pode ser vista na foto abaixo. Tinha até vinho disponível mas eu preferi não beber por causa da altitude (4400 metros no Salar) e principalmente porque na volta passaríamos novamente por um ponto que chegava aos 4900 metros. Em nosso grupo algumas pessoas passaram mal no retorno a San Pedro de Atacama.
Dicas
- O passeio dura o dia inteiro pois o Salar de Tara é longe de San Pedro do Atacama
- Não existe banheiro no local, exceto “la naturaleza”.
- É bom ir bem agasalhado, vestindo em camadas.
- Recomendado levar um lanche e muita água.
Agradecemos a Agência Ayllu Atacama pela parceria. Aproveitamos para recomendar que vocês também façam passeios com eles e não se esqueçam de falar que viram no blog Nerds Viajantes! 😉
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Paisagens que parecem pinturas, deve ser fantástico! Só imagino que precisa ter muito preparo físico, qualquer hora quero conhecer esses lados do mundo!
Olá Kellen, tudo bem?
As paisagens nos impressionaram bastante, realmente algo fantástico. É uma região ímpar do planeta e merece a visita. E nem é tão longe assim 🙂
Sobre o preparo físico, nem precisa tanto assim. As caminhadas dos passeios geralmente são bem curtas e se você seguir as dicas de como se comportar na altitude (beber bastante água, respirar bastante, movimentos lentos, evitar bebidas alcoólica, etc) fica muito tranquilo. A exceção é para a subida dos vulcões mas eu e Lillian estávamos praticamente sedentários quando fomos mas conseguimos subir o Láscar sem problemas (mas bem devagar, parando sempre pra respirar e bebendo muito água). Em resumo, disciplina e trabalho mental já te garante por lá 🙂
Abraços e obrigado pela visita,
Helder